Meus queridos, aí está o Gran-Finale !! Rá!
Obrigada aos que embarcaram na minha loucura e acompanharam o conto. Já reparou que ele não tem nome? Aceito sugestões, agora que vocês já vão conhecer o fim da história!!
De início Joana só esperou, mas como a menina não aparecia, resolveu voltar ao casebre onde Marizé morava e ver o que estava acontecendo.
Foi recebida pelo padrasto da menina, que arisco e grosso disse que Marizé estava ocupada, que não podia perder tempo com essas besteiras de escola. Joana saiu de lá profundamente triste e preocupada. Havia algo estranho naquele gesto.
O tempo passou e Joana continuou suas aulas, sentindo diariamente a falta da aluna e amiga que achou em Marizé. Muitas vezes tentou “assuntar” com as outras crianças e com os funcionários da fazenda, mas ninguém parecia disposto a falar. A patroa aconselhou que a professora se mantivesse longe “dessa gente”. Palavras que Joana considerou duras e desnecessárias. Aquela gente fazia a fazenda funcionar e a fortuna do marido da patroa aumentar.
Um dia, já era alta madrugada e Joana escutou um barulho em sua janela. Abriu para verificar, pareciam pequenas pedrinhas batendo na madeira. Deu de cara com a mãe de Marizé, aflita e sem jeito:
- Professora, Marizé quer lhe falar...a senhora precisa ir na minha casa...por favor!!
- Mas senhora, o que está acontecendo?
- Vamos moça, vamos comigo, rápido...é caso de vida ou morte!
Joana resolveu questionar depois e saiu apressada, rumo ao casebre onde Marizé morava.
Chegando lá, deu de cara com uma cena que jamais imaginaria: Marizé uma menina ainda, acabara de dar a luz. O bebê enroladinho em panos rotos ao lado da menina, fraca e cansada.
- Marizé! A professora está aqui. – disse a mãe chegando perto da garota
- Professora, a senhora veio. Olha, tive um bebê...eu preciso lhe pedir uma coisa..
- Marizé, descanse – a professora mal conseguia falar tamanho o nervosismo.
- Leve a criança. Pra longe. Pra sua terra.. Fique com ela, faça isso professora...não posso ficar com ela..meu padrasto...por favor... – Marize não tinha mais forças.
Então a mãe da menina terminou a história: O marido, padrasto de Marizé a engravidou. Homem violento, não queria a criança ali, e nem que ninguém na fazenda soubesse do ocorrido. Então a única chance para o pobre bebê era ser levado dali.
Joana atordoada com tantas informações foi avisada que tinha pouco tempo para pensar. Logo o homem estaria de volta e saberia do parto.
- Se você levar a criança, vamos dizer que nasceu morto. – disse a mulher!
Como num estalo, Joana olhou para o bebê e tudo fez sentido. Sua fuga, o caminho inverso, da cidade para o sertão. A força que a induzia a largar São Paulo. A amizade com Marize. Tudo se encaixou. Estava ali para isso. Para salvar a pequena criança, e para realizar seu sonho de ser mãe!
Rapidamente, pegou a criança, despediu-se de Marize e saiu. Tinha pouco tempo para arrumar suas coisas, deixar um bilhete para a patroa e voltar para sua vida. Que agora teria sentido. Era mãe!