Há muitos anos atrás alguém que me fazia muito mal perguntou se eu o amava. Na lata, sem pestanejar eu disse que não. E a pessoa quis saber como eu tinha tanta certeza disso.
Ora, amor não doi. Amor mesmo, não agrega sofrimento. Não tortura. E na época eu podia até não conhecer o amor de verdade, mas com certeza já sabia reconhecer o que definitivamente não era amor.
Hoje, muita água já passou debaixo da ponte, cá estou eu amando e sendo amada de verdade e tendo certeza de todas as minhas convicções de outrora. Amor realmente não machuca.
Então eu fico observando as pessoas se degladiando por um "amor". Se apegando com unhas e dentes numa relação fracassada, que tem de tudo : ciúme, vaidade, tensão, disputa, menos amor. E eu observo, meio que de lado, e sofro, porque eu sei que aquilo não vai levar a nada, não tem futuro. Sei que é desperdício de energia obrigar alguém a ficar do seu lado. Ninguém ama por obrigação. E brigas não fazem uma relação. Nem ameaças, nem mentiras.
Eu queria tanto que minha experiência bastasse pra aconselhar aqueles que estão ao meu redor. Porque o que vejo muitas vezes é sofrimento gratuíto. Mas não basta. Se tem uma coisa que eu aprendi é que EU sou fruto das minhas experiências. VOCÊ é fruto das suas. E ai, como doi em mim, dominadora possessiva, querer ajudar e não poder. As vezes eu queria poder sacudir algumas pessoas cabeçudas. Até que elas acordassem e vissem a barca furada em que entraram. Mas não...elas só vão aprender quando virem seus barquinhos fazendo água e molhando seu pés.
Você pode ouvir, até aconselhar, mas meter o bedelho, se intrometer não, além de feio e deselegante, pode fazer você pode ficar mal com a pessoa depois.
Daí você me pergunta porque estou aqui divagando feito louca sobre relacionamento alheio.
É porque eu quero saber de vocês queridos leitores : Porque numa relação de (pseudo) amor as pessoas ficam cegas? Porque fazem coisas irracionais? É tão difícil assim delimitar o espaço entre a humilhação e o amor próprio? Até onde ir por "amor"?