sábado, 2 de novembro de 2013

Da série medos da gravidez: De não dar conta de ensinar outra vez.

Daí que ontem foi um dia bastante cansativo. Afazeres mil, bebê sem escolinha e trabalhado na voltagem máxima. Escândalos e choro o dia todo. Dele e meu. 
Cansei. Descompensei. Surtei. Fiquei pensando que fiz tudo errado no caminho da maternidade. Que dedicação exclusiva é coisa de amélia. Que eu preciso sim, da minha vida particular de volta. Que fui burra de não voltar quando tive oportunidade. E mais burra ainda por deixar outra gravidez acontecer. Que não era o momento. E no meio da exaustão, fiquei com medo. 
Medo de não dar conta de um novo bebê. De não ter paciência de ensinar tudo de novo. De fazer brincadeiras, de amamentar, de dar amor. Medo de não ter paciência pra repetir a dose em tão pouco tempo. Ensinar a se alimentar bem, nadando contra a corrente? Conseguirei ser forte de novo? Ensinar a andar, acompanhar, amar sem limites, proteger, dar atenção (agora dividida por dois) da maneira certa? Tantas dúvidas. Uma certeza apenas. A de que esse dia vai chegar. O dia em que Helena estará nas minhas mãos. E cansada ou não, terei que dar conta. 
Do fundo da minha alma, que Deus me ajude. Que me dê paciência e vontade. Não é medo de não amar. É medo de estar cansada demais pra cuidar como deveria. 
Acho uó do borogodó essas "mãezinhas" do Facebook espalhando compartilhamentos de frases de efeito, tipo: "Ser mãe de 5 é oitava maravilha do mundo!". O dia todo fotinhos com frases bestas. Que você sabe que não é bem assim. Que a pessoa em questão não é lá tão perfeita e nem tão feliz. Que a vida dela não é esse mar de rosas todo. Aliás, que vida é? Viver já implica riscos e dias bons e dias ruins. E ninguém é tão altruísta pra somente ver o lado bom. Essas coisas me enjoam. O mesmo vale para as mães do parquinho, todas mega felizes em ficar lá, vendo a vida passar e suas crias mimadas e egoístas arrumarem confusão por conta de brinquedo. 
O fato é que estou cansada, com medo e sozinha. Muita mudança na minha pobre vida. Me sinto sobrecarregada. Como se gritasse e ninguém pudesse me ouvir. Sabe pesadelo? Bem assim. Você grita e a voz não sai. 
Que o Senhor me capacite! É o que peço. Por hoje, é só!