34 semanas. Uma longa jornada que vai chegando na reta final. Pra quem está de fora (do meu corpo) parece que passou rápido. Mas para mim, a sensação é de estar grávida há uns 5 anos. Numa segunda gravidez tudo é diferente e mais pesado. Chegar ao momento de privar o mais velho do colo da mãe dói absurdamente. Houve dias em que o cuidado foi pro espaço. Peguei, segurei, levantei do chão, agachei (e agacho), sento no chão, e vou até onde o limite físico impede mesmo. Foram meses, semanas e dias de muita luta. Um mix de sentimentos. Ora bons, ora desesperadores. Hormônios, a gente vê por aqui. Mas, isso é reflexão para outro texto. O mote agora é "arrumar o ninho".
A necessidade de arrumar o ninho bateu forte. E por agora quero dizer desde o começo de dezembro. Bem no início da gestação fizemos planos e traçamos metas. Que começam a se desenhar. Chegou a hora de arrumar a casa para a chegada da caçula. Providenciar o espaço que será dela. Por direito. Incrível o que se faz em conjunto com pessoas de boa intenção e coração enorme, mesmo controlando ao máximo o orçamento. Bebê Helena já tem um quarto quase pronto. Berço herdado do irmão. Sem culpa. Guarda-roupas estralando de novinho. A poltrona outrora da minha sala, vai virar a cadeira de amamentação (e de roupa pra passar, claro). Com um pouco de tecido e imaginação, voilá, temos algo personalizado e pensado pra pequerrucha. Acho importante que ela tenha um espaço na casa e nas nossas vidas. Algo próprio. Feito pra ela. E sim, isso é culpa materna, das mais bestas. Porque Pedro Lucas teve tudo pensado pra ele. Naquele momento havia possibilidade de escolher e fazer o melhor. E sinto que devo fazer o mesmo pela bebê que vai chegar. Mesmo que o tempo seja outro. Hoje sou menos perdulária, mais prática, porém sou mais mãe. Tenho bagagem. Experiência. Tanto positiva quanto negativa. E tudo isso vai ser investido na chegada da filhota.
É incrível como a casa toda muda pra acolher o novo membro da família. Confesso que até a gaveta de panos de chão eu já arrumei. Armário de copos, aliás, a casa toda no geral tá passando por mudanças. Paredes pintadas, portas também. Tranqueiras jogadas no lixo. Ainda faltam muitas. Que aos poucos vão deixando a casa mais clean. Mais fácil de lidar. Acho que tem que ser assim. Em breve teremos trabalho dobrado, e afazeres domésticos já não ocupam lugar no meu coração, se ficar difícil de conciliar com as crianças então, eu morro em depressão. Gosto da casa limpa e organizada, porém não tenho o menor talento e paciência para tal. Então, que sejamos práticos e leves de agora em diante.
Leveza é mesmo minha palavra de ordem nesse momento. Estou procurando uma vida mais leve em 2014. Mais simples. Mais organizada. Mais fácil de lidar. Chega de complicação. Quero e preciso me dedicar ao que verdadeiramente importa. E pra mim, o jeito mais fácil de me organizar internamente é começar pelo exterior. Sempre foi assim. Quantas gavetas organizei na vida pra encontrar a solução de um problema!
E assim as coisas vão se encaixando. A casa se prepara para receber a pequena. Nós nos preparamos juntos. Fico imensamente feliz e agradecida por ter uma gestação saudável que me permitiu fazer tudo como sempre gostei: ordenadamente.
Quero que ela chegue num ambiente que seja acolhedor e que ela, assim como o irmão, goste de estar em casa. Pedro adora. Ele sai, passeia, brinca, mas quando menos se espera, vira e lança um: "-Vamo cacasa?". E quando volta ao lar ele fica mais feliz e confiante. Espalha os brinquedos, conversa com eles, liga a TV, bagunça tudo, enfim, se sente literalmente "em casa". Quero que Helena tenha essa mesma segurança. E acima de uma casa cheia de paredes, móveis e afins, queremos que nossos filhos tenham um lar. Harmonioso, cheio de amor. Um lugar pra onde sempre se pode voltar.