quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Amizade, simples assim...

Engraçado como às vezes um fato corriqueiro trás à tona lembranças adormecidas. Assim foi num dia desses. A TV exibia um filme que me lembro ter sido motivo de muito riso e identificação entre mim e uma grande amiga. Parecia a história de nossas vidas, foi o que dissemos ao vê-lo pela primeira vez, e repetimos sempre que o assunto era o tal filme.
Embalada nessa atmosfera nostálgica parei para lembrar da importância de se ter amigos nesta vida, e de como fui e sou feliz por tê-los. Poderia contar milhares de histórias para ilustrar melhor o que quero dizer. Histórias que aconteceram ao longo de minha existência, sempre em boa companhia.
Fecho os olhos e ainda posso ver. Risadas na sala de aula, manhãs tardes e noites inteiras dedicadas à bagunça, festinhas e baladas aos sábados, música tema da paixonite do mês, anel da sorte, bilhetes, cartas e fotos, códigos secretos que só nós entendíamos, ciúme do namorado novo, da colega de classe, mapas que nunca sabíamos usar, mesmo assim sempre chegamos ao destino certo, par ou ímpar no cinema, dias de sol, sal, praia, protetor solar, barraca molhada estragando aquele feriado tão planejado, muitos gatinhos, bolachinha pra enganar a fome, conversas de horas ao telefone... Poderia estender a lista por muitas páginas, mas não é preciso. Quem tem ou teve um amigo de verdade, pode entender o que digo. Pedacinhos de vida que são eternizados por que foram divididos com um grande companheiro. Por que afinal, o que mais valioso podemos guardar além de momentos felizes? Situações que nenhuma câmera consegue fotografar, mas que nossa memória jamais esquecerá. E se você não pode entender uma crise de riso sem motivo algum entre dois amigos, deveria rever seus conceitos. Está lhe faltando algo essencial na vida. Descobrir o valor de uma amizade verdadeira.

P.S - Reedição de um texto antigo, que já foi publicado na 1 Antologia Literária do grupo de escritores da UNIABC...hoje eu diria que "Em todo tempo ama o amigo e para a hora da angústia nasce o irmão" Provérbios 17:17.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Metamorfose

Olho no espelho e não me reconheço. Onde está a força, o ímpeto, a decisão que existia em cada pedacinho de meu rosto?
Vejo um semblante que não é o meu. Mas agora é. Dá pra entender? Agora vejo a suavidade que tanto disfarcei, vejo um sorriso discreto sempre a nascer, vejo mansidão, vejo paz de espírito.
E a culpa é sua. Que chegou devagarzinho e foi trocando tudo de lugar. Revirou a mobília do meu mundo. Sacudiu a poeira, jogou fora velhas lembranças. Quem lhe deu o direito de fazer isso? Eu?!?!. Ah, ta. Agora lembrei. Assinei embaixo na redecoração de minha alma no dia em que você me abriu aquele sorriso lindo, e me fez esquecer de quem eu era.
Hoje sou você, sou eu, sou a gente, nem sei mais quem sou. Virei a mistura de nós. Sou seu otimismo e minha garra, sou sua calma e minha energia. Sua paz e meu desatino, seu riso e minha lágrima – que há tempos não cai – Sou a mistura da sua música e da minha poesia, sou uma metamorfose como diria Raul, ambulante.
Hoje não sou quem era, mas quem sempre quis ser. Hoje sou você, a quem sempre procurei, hoje sou eu, a quem sempre escondi. Hoje sou a gente, mais do que tudo.

P.S - Este texto é uma reedição de uma das primeiras declarações de amor escritas que fiz para meu amado. É sempre pra você amor!