segunda-feira, 29 de março de 2010

O conto - capítulo 2

....
"Joana começou a dar suas aulas, estranhou desde a lousa até os alunos. A receptividade deles era ótima. Mas ela ficava se perguntando para onde iam todas aquelas crianças. Aproveitariam o pouco estudo recebido? A moça tinha dó na verdade, pois achava que seus alunos teriam um futuro pouco promissor.
- Bom, meus alunos da cidade tinham mais recursos e, no entanto poucos me pareciam promissores também. Porque estou com pena desses? - pensou Joana numa das muitas noites de insônia que tinha.
E ali continuou a professora, dando suas aulas e conhecendo melhor seus alunos. Via cada um agora como uma vidinha particular, embora todos fossem tão parecidos. Tinha adquirido um carinho especial por Marizé. Mais velha do que a média da turma, com muito custo freqüentava as aulas. Dizia-se a bocas pequenas que a mãe e o padrasto não a deixavam sair de casa. Mas Joana não se deu por vencida e foi até o pobre casebre convencer a mãe da menina.
Marizé tinha muitas dificuldades em acompanhar a turma, e seu olhar tinha sempre um brilho triste. Quando passou a confiar na professora, perguntava-lhe coisas sobre a cidade grande, e confidenciou que seu sonho era morar lá.
- É professora, lá onde as casas são beeem altas assim ó – mostrava com a mão o tamanho que a imaginação lhe permitia.
Joana e Marizé tornaram-se então amigas. Uma sendo o bálsamo da outra. A professora lhe contava histórias sobre São Paulo, e os olhinhos da garota brilhavam. Seu sonho de viver na cidade grande só aumentava.
Marizé não entendia porque a professora trocara a cidade pelo sertão. E por mais que tentasse, Joana não conseguia explicar isso para a garota.
- Simplesmente um dia acordei e decidi que meu lugar não era lá. E que eu tinha que estar aqui. Lembrei-me das poucas vezes que estive aqui quando criança, e algo dentro de mim dizia que era aqui eu devia estar.
- Uma voz? Acho que a professora ficou louca, isso sim. Ouvir uma voz que te faz morar no meio do nada...
As duas riam. No fundo talvez Marizé tivesse razão. Era loucura passar por toda aquela privação, falta de recursos, pouco salário e nenhuma perspectiva. Mas Joana não conseguia fazer diferente. Não naquele momento.
Alguns dias após essa conversa, Marizé começou a faltar às aulas."

                                                            Continua....(que tal mais uns 200 capítulos? brincadeira...rs..)

5 comentários:

  1. Tati,querida.Voce parece aquelas encantadoras que prendem a atencao da gente com uma estoria linda e com sabor de quero mais.Alias,uma das mulheres de Henrique VIII se safou de ser decapitada contando a ele uma estoria que nao acabava nunca,e ele,curioso,nao a matou para saber sempre mais,rssrr.
    Olha,obrigada por ir la no meu novo blog,voce e mesmo 10!Fiquei tao triste por perder meu Lata,ainda estou me recuperando,mas aos poucos as amigas estao vindo e me reanimando.
    Grande beijo.zenaide storino.

    ResponderExcluir
  2. Ai,ai,ai... Que curiosidade!
    Está ficando muito bom amiga!

    ResponderExcluir
  3. Tatiane, eu to adorando ler esse conto... amanha eu volto pra continuar...alias, pode ser duzentos capítulos sim que eu vou adorar...rsrsrsrs
    Bjs carinhosos e tenha uma linda semana
    Márcia

    ResponderExcluir
  4. Tati meu docinho, boa noite.
    Hummm isso tá ficando bom!
    Obrigada querida por suas palavras láno Cantinho!
    Sua presença por lá sempre me deixa feliz!
    Um beijo grande

    ResponderExcluir
  5. Ola,Tati.
    Sou eu outra vez...rsrsr.Conseguimos,eu e marido,resolver o problema do Lata de Luxo,portanto tudo volta a ser como era antes de todas as minhas lamentacoes.O problema foi com um gadget,e fiz um post sobre isso.Desculpa te encher a paciencia com essas coisas.Mas vamos la,vamos acompanhar essa estoria interessante.
    Grande beijo.zenaide storino.

    ResponderExcluir

Vamos lá, comente! Trocar ideias não custa nada!