segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A morte, os filhos e os medos.

Sábado eu assistia ao programa da Supernanny brasileira, e a família apresentada me emocionou. Três filhos, com 20, 12 e 8 anos, morando sozinhos. Pai morto de câncer em 2007 e mãe morta pelo mesmo motivo em 2010. A irmã mais velha assume então o papel de responsável pelos irmãos. O que se vê daí em diante dá nó na garganta da mais fria criatura. Todos tristes e perdidos. 
Fiquei tocada de verdade porque me coloquei no lugar deles. Angustiante pensar em tanta tragédia junto. Perder o pai, a mãe, e ter que continuar a vida sem referencial. Já vi uma situação parecida bem perto de mim, e posso dizer que os efeitos dessa tragédia são devastadores. Filho sem pai é barco sem rumo. A deriva, e demora até que os caminhos voltem a fazer sentido.
E também, me coloquei no lugar de mãe mesmo, e pensei como seria deixar meu filho sozinho neste mundão. Imaginei a falta do colinho que só a mamãe sabe dar, ninguém para distinguir o choro de manha do choro de dor, ninguém para arrumar seus cachinhos de cabelo atrás da orelha. Imaginei como seria não ter a minha referência, talvez ter a minha lembrança cada vez mais apagada na memória dele, nas mãos de alguém que não faça questão de me manter viva pra ele. Enfim. Tremi nas bases. Chorei de medo dessa possibilidade e naquele momento minha única vontade era de que todas as mães fossem eternas para seus filhos. Que todas nós, mães de plantão tivéssemos a certeza de que poderíamos criar nossos filhotes até que eles se tornassem adultos, fortes e capazes.
Eu sei que não há certeza de nada nessa vida, então corri e abracei meu filho. Senti o cheirinho dele. E como todas as noites, quando foi para o berço, ele ganhou um beijinho no rosto e uma promessa de que, enquanto eu puder, estarei ali do lado. Sempre alerta pra quando ele precisar. E fiz uma oração pra que Deus me conceda a graça da vida longa e saudável. E que meu filho me tenha enquanto precisar de mim. 

Um comentário:

  1. Tatinha, às vezes a vida é triste mesmo. É importante que reflitamos, ne? talvez esse programa tenha servido pra isso, nesse momento...vc é uma linda! Sensível e do bem...adoro esses posts...beijos

    ResponderExcluir

Vamos lá, comente! Trocar ideias não custa nada!