domingo, 2 de junho de 2013

O que é que eu fui fazer?

"O que é que eu fui fazer?" - Atire a primeira fralda descartável a mulher que nunca, nunquinha na vida materna pensou algo parecido. E deixemos de lado a perfeição tão pregada e alardeada nos tempos atuais. Deixemos as máscaras da felicidade eterna e falemos francamente. Ser mãe é uma tarefa hercúlea e sem fim. Ah, claro, e progressiva também. Você acha que os primeiros meses de vida do bebê são tensos. Cólicas, noites em claro, peitos rachados, livre demanda, cama compartilhada, tudo é cansativo. Mas logo vai passar. Rá! Sinto em informar, mas nessa viagem os percalços não acabam nunca. Eles apenas se modificam. E eu ouso arriscar que assim será até quando meu filho me promover a avó. Sim, porque, quando a coisa fica tensa de verdade, é sempre bom ter uma avó prestativa por perto.
As cólicas são terríveis. Mas a crise respiratória que o bebê sismou de ter com a chegada do outono pode ter enlouquecer muito mais. Amamentar em livre demanda toma tempo. Mas ficar o dia todo atrás da cria quando ela resolve não comer, ah, também não é fácil. Levar o bebê conforto ao banheiro junto com você para o bebê ficar pertinho na hora do banho pode ser trabalhoso. Mas experimenta deixá-lo por 30 segundos no banheiro, ali, em pé, em cima do vaso sanitário. Você volta e ele está com a lâmina nas mãos, barbeando o rosto, como se todos os dias fizesse isso. Você terá um pequeno derrame até perceber que a lâmina estava com a tampa de proteção. Mas aí meu bem, senta porque você irá tremer por uns 5 minutos ainda. 
Há dias em que a criança parece acordar trabalhada na chatice. Tudo é motivo de birra e choro. E manha. E mais choro. Ai, como tem vocação pra chorar. E conseguir o que quer no grito, literalmente.
Tem momentos em que tudo parece que vai desabar. Você se imagina longe dali, num lugar calmo e silencioso, onde não haja brinquedos espalhados. Mas né, é até pecado imaginar algo assim. Tanta gente querendo ser mãe. Então você volta. E olha ao redor. E ri. E pensa que logo vai passar. Ou talvez não. Que talvez sua casa nunca mais volte a ser o que era antes. Mas tudo bem, aposto que hoje tudo está mais colorido do que no passado. (inclusive a parede branca, que foi pintada de giz colorido). 
E daí, como num passe de mágica, o apetite volta, a educação reaparece, o bebê fofo de outrora diz "Presente", lança um "mamãe" e te ganha. Te amolece, enfraquece e espanta qualquer pensamento de queixa. E logo depois disso, ele parte pra um cochilo. E ali, enquanto dorme o sono dos anjos, você observa. E pergunta como pode amar tanto uma criatura tão pequena. E fica com saudade da agitação. E corre no celular pra assistir os pequenos vídeos das traquinagens que ele fez, e você, como expectadora fiel, fez questão de registrar. 

5 comentários:

  1. Que texto lindo, Tati! Tô aqui com lagriminhas nos olhos...

    ResponderExcluir
  2. Ah Tati... pior que é tudo verdade, viu! A correria é muita, cansativo, desesperador às vezes, mas é bom demais ter o filhote por perto e não imaginar mais a vida sem ele.
    PS.: estava com saudades de vc aqui no blog.
    bjo

    ResponderExcluir
  3. vc me traduziu, chorei!!!
    compartilhei no face...muito lindo o post e verdadeiro!!
    bjooos

    ResponderExcluir
  4. ai ai...to tomando coragem pra me animar em ser mãe e leio um texto desse e fico pensando: quero ou nao quero? hahaha

    Beijossssssss
    ┌──»ʍi૮ђα ツ

    ResponderExcluir
  5. Fico pensando no que me espera...
    hahahahha

    Saudades amiga!

    ResponderExcluir

Vamos lá, comente! Trocar ideias não custa nada!