segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A saudade e a culpa!

Quando decidimos engravidar eu resolvi que seria MÃE. Assim mesmo, mãe maiúscula. Mãe que sabe tomar decisões em prol do bem estar do bebê. Mãe que não foge a luta. Mãe que amamenta, mãe que acorda nas madrugadas, mãe que leva pra tomar vacinas (e depois pede perdão pro filho, mas isso é outra história). Mãe que não joga a responsabilidade no colo da família pra continuar a curtir a vidinha a dois! Mãe em tempo integral. Afinal, criança eu já não era. Foi tudo planejado e estudado pra isso acontecer. Futura mamãe aqui se informou, leu, consultou, pediu ajuda! E foi diariamente aprendendo junto com o bebê a pratica de tudo o que já tinha visto na teoria.
Só não contava com uma coisa que tem latejado muito! A saudade de ser quem eu era! Da mobilidade, digamos assim, que outrora eu tinha e agora virou fumaça. Saudade de trabalhar, de bater perna, de ir ao mercado na hora do almoço e comprar coisinhas diferentes pra fazer no jantar, saudade de ir ao salão e sair com a dignidade em dia! Porque convenhamos que salão de beleza e bebê RN não combinam!
A mamãe aqui está morrendo de medo de ser só mãe nessa vida! De não ser mais nada do que era antes. De deixar de ser interessante. Porque na verdade eu já não me sinto mais nada. Ando meio a margem do mundo, da sociedade ativa, que produz, que é interessante.
Fato que no silêncio da madrugada quando bebê tá lá repousando no bercinho pós mamada, mamãe deita e perde o sono. Perde o sono sentindo falta de ser ela nas coisas mais triviais da vida! Sente falta e sente culpa por sentir falta. Sente culpa porque o bebê é prioridade em sua vida e foi mais que desejado e planejado, então que raios de dor é essa que vem latejando sem prévio comunicado?
Sente culpa porque o bebê alheio a todo esse questionamento agora é um banguela regateiro, que sorri o dia todo! E ao ver esse sorriso, mamãe se sente traidora. Porque ela deveria ser aquela mãe perfeita, que abdica da vida toda pelo filhote e esquece que além de mãe, ela é mulher. Eu queria ser assim! E uma parte de mim é. Aquela parte mãe leoa que protege a cria o dia inteiro, que larga os afazeres pra brincar com o bebê, que passa horas com ele no colo, no peito, que sente ciúme da cria e não consegue deixar o bebê sair do alcance de seus olhos. Mas a outra parte de mim diz que isso é loucura, que não vou ser feliz assim, que não serei completa se focar só um lado. 
Fato é que não achei ainda um meio termo na questão. Não consigo vislumbrar com clareza meu futuro próximo. Até porque algumas questões não estão mais na minha mão.
Acho que eu queria ser duas. Um clone seria ótimo!

8 comentários:

  1. Olá amiga, sabe acho que isso tudo é muito normal, pq afinal é uma situação muito nova, tudo muito recente, acho que demora um pouco pra se organizar as idéias e para acostumar. Mas olha coloque todas as suas preocupações e medos na oração porque Deus pode nos mostrar o que é melhor para nós se colocarmos nosso futuro em suas mãos e descansarmos.

    ótima semana pra vocês.

    Beijinhos.

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  2. Amiga, compartilho dos mesmos sentimentos, medos e aflições que vc! É dureza, né... por isso não vou te aconselhar em nada, pois isso seria péssimo, já que estamos no mesmo barco, hehehe...
    mas posso desejar uma boa semana pra vc, bjos
    Ich, Hausfrau
    www.ich-hausfrau.com.br

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  3. É Tati, acho que todas nós passamos por esse momento, Eu ainda estou nele, junto com vc! Não consigo me sentir mulher, como antes. Me sinto mãe e ponto! Tb me pergunto quando vou me resgatar e conciliar minha vida a vida do meu filhote!
    Vamos que a gente consegue!
    Bjs
    Dani

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  4. Tati é normal ter essas dúvidas e culpas, mas é importante que você saiba o que realmente quer e possa tomar uma atitude.
    O tempo do RN(rs), passa muito rápido e depois é que vem a questão de "fazer o que"? Ficar em casa ou trabalhar?
    Por experiência própria, depois que meu primeiro filhote nasceu eu me dediquei integral pra ele. Após quatro anos, nasceu o segundo e eu redobrei essa atenção até hoje, passado doze anos.
    Sempre trabalhei fora antes deles nascerem, e para mim não foi sacrifício ficar apenas com meus filhos. Eu gosto, eu nasci pra isso, mas lembre-se, cada pessoa é diferente.
    Hoje eu tenho um pequeno espaço pedagógico, onde trabalho apenas um expediente, justamente o que eles estão na escola.
    Essa foi a minha escolha, e apesar de alguns sufocos financeiros de vez em quando, sou feliz assim.
    É opção.
    Então força aí, continue sempre sendo essa mãezona e logo logo, você vai poder fazer tudo, tudo que fazia e muito mais.
    Acredite.
    Xeros

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  5. Tati, relaxa que isso vai passar. No início é pior mesmo nessa questão, mas depois vai melhorando com o tempo. Aproveita bastante cada fase, não te preocupa tanto com o mundo lá fora. Pensa em quantas mulheres gostariam de estar exatamente no lugar onde tu estás, em casa, integralmente cuidando do filhote nesses primeiros meses. Essa fase de incertezas e de achar que se está alheia ao mundo, vai passar, tudo passa! Só vai ficar a saudade!
    Minha dica é essa, relaxa e aproveita ao máximo cada fase.
    Beijo

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  6. Oi Tati!!!

    Que post sincero! Amiga, acredite, todas nós que decidimos ser MÃES com M maiúsculo passamos por esta "crise" que eu arriscaria chamar de existencial. Demora um pouco pra gente perceber que pode sim ser mãe e ser mulher. Aliás, nunca deixamos de ser nós mesmas, agregamos vários e vários papéis, mas continuamos a ser nós mesmas!

    Isso vai passar, vc vai ver!
    E enquanto não passa, tente não se sentir tão culpada, vc não está sozinha... tudo vai ficando melhor a cada dia, conforme o bebê vai crescendo e se desenvolvendo!

    E Tati, obrigada pelo carinho lá no blog, viu?! No fim, deu tudo certo! Vamos esperar mais uns dias para conhecer Miguel...

    Beijocas
    e fica bem viu?!

    Ju

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  7. ô Tatinha...não sou mãe, vc sabe...mas eu acho que com o tempo, vc vai aprender a dosar o seu lado "mãe" e seu lado "mulher" que tb é super importante, ne???? espero que vc encontre o equilíbrio...sem culpa e matando a saudade! beijos

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