sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Natal do passado, do presente e do futuro!

Eu não gosto da nostalgia que algumas pessoas sentem no natal. Gente que sempre acha que o passado foi mais feliz do que o presente, gente que vive apegada a lembranças do tempo que já foi, que se emociona não com o que tem, mas sim, chora pelo que já foi. Enfim. Acho que saudosismo tem limite, e prefiro acreditar que cada final de ano é bom de alguma forma. É o fim de um ciclo, e começo de outro.
Fiquei pensando sobre isso e concluí que todos os natais que vivi tiveram sua magia. Tiveram alegria, tiveram lágrimas (de felicidade e de tristeza). Todos foram especiais. E o desse ano também será. Assim como todos os outros que virão. 
Lembro-me com emoção dos natais da infância. A casa da minha vó cheirava comida natalina e gostosa. Mesa farta era o que tínhamos. Um dia, achei uma minibicicleta escondida atrás da cortina do quarto da minha vó. Era pra mim. Fingi que não tinha visto. 
Eu não lembro quantos anos tinha, mas um dia, meu tio se vestiu de papai noel pela primeira vez. Foi uma festa. Os vizinhos compravam os presentes de seus filhos e levavam pra casa da minha vó. Na noite de natal, meu tio todo paramentado recebia a criançada da rua para entregar os presentes. Uma fila enorme. Quando isso acabou, ainda durante muitos anos ele se vestia de noel pras crianças de casa. Até que eles (nós) crescemos. 
Lembro também dos primeiros natais depois que minha vó se foi. Não foram muito alegres. Mas eu achava, e ainda acho, que devemos sempre caminhar pra frente. Tínhamos crianças. E elas mereciam continuar vivendo o natal. Mesmo que a família estivesse triste. 
Nessa época, começamos uma nova tradição. O amigo-secreto familiar. Fabrício, meu primo, era pequeno ainda e olhava pra gente e falava: "-Você quer saber quem eu tirei? eu conto!"  "-Não, Fabrício! não quero saber." "-Mas eu te falo." "-NããããO".
Esses eventos são muito engraçados. Porque todo mundo sabe quem todo mundo tirou. 
Certa vez, tivemos o natal do vermelho . Minha mãe montou um presépio debaixo da escada. Era papel imitando pedra subindo pela parede, pela escada, rs. Mas as peças do presépio eram minúsculas. Então nós entrávamos na sala e gritávamos: "Vermelhoooo" - rs, era uma alusão a uma promoção do MMs, lembra?.
Aliás, nesses presépios da minha mãe, eu sempre sequestrava o menino Jesus e escondia, porque achava que ele só podia ir pra manjedoura depois de nascido, ou seja, no dia 25 de dezembro. E ela (minha mãe), achava o menino e devolvia no presépio, e minha irmã escondia de novo...e assim a coisa ia, dezembro a dentro.   
Quando eu me casei, logo depois, andava por uma loja dessas de departamento e marido e eu encontramos enfeites de natal expostos. Foi um lampejo duplo. Compramos nossa primeira árvore. E decidimos que dali  até o natal, compraríamos presentes para nós mesmos (rs) para colocar debaixo da árvore. E desse ano em diante, todo presente que compramos, pra todo mundo, ia pra debaixo da árvore. Até esse ano, porque agora eu tenho um bebê andante. Que fuça, mexe, rasga embrulhos, enfim. Não rola mais presentes enfeitando a árvore. 
Esse ano temos o bebê que já entende muita coisa. Ele já ganhou presente antecipado. Mas vai ganhar muito mais, eu posso apostar. Ele e meu sobrinho são a nova geração da minha família. São o sopro de alegria e renovo. São a promessa de novos natais alegres. Por eles nós mantemos tradições e criamos outras. Porque eu tenho certeza de que criança em casa é promessa de que novos rituais natalinos se farão. Até já posso prever esses dois menininhos fuçando atrás das cortinas atrás de uma bicicleta. 
Sendo assim, só posso concluir que natal feliz é sempre o presente. 
Então, pra mim e pra vocês, eu desejo o melhor natal do mundo. Até que chegue o próximo! 

Um comentário:

  1. Que lindo, Tati!!
    Eu precisava ler algo contagiante assim. Ando super saudosista...rs Foi um ano difícil pra mim, mas cá estou eu com meu pimpolho pra ter mais um Natal alegre. :D

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