segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Meu Bebê


5 anos e meio. Esse tempo nos separava. Eu podia tê-la jogado do berço, por exemplo, mas não o fiz. Motivo teria, ora essa! Era a filha única, neta única, sobrinha única, tudo era meu. Por que então agora teria que dividir tudo com ela?
Mas assim aconteceu. O bebê gorducho e de olhos tão azuis quanto os meus chegou. E se instalou de mala e cuia em minha vida, e de toda a família. Audácia pura.
Agora não havia mais nada a fazer. A não ser dividir tudo, quarto, brinquedos, mamãe. Esperar o leite ferver ao lado do fogão, tarde da noite, preparando seu “Cremogema” sabor morango. Era preciso colaborar. Emprestar meus brinquedos. Parte difícil essa, pois o ser minúsculo e bochechudo era também destruidor. Certa feita, eu tinha na caixa ainda e com os plásticos de proteção do cabelinho lindo e loiro intactos, uma boneca que engatinhava, andava, pedalava na bicicleta e ainda cavalgava num cavalinho. Teríamos uma longa amizade e mil brincadeiras, não fosse o fato do pequeno ser ter arrancado o braço de minha boneca, sem dó nem piedade.
Assim o tempo passou, entre brigas e brincadeiras, segredos compartilhados, bons momentos, outros nem tanto. A vida nos separou, ela teve o prazer de morar com a vovó, bom, eu também o tive em certos momentos, muitos, aliás, mas essa é outra história.
O bebê cresceu, tornou-se uma mocinha bonita, popular, de quem todos queriam ser amigos. O telefone era sempre pra ela, mil compromissos, sorrisos, paqueras, corações partidos (por ela). Roupas cor de rosa, pink, e suas variantes davam o tom da “Penélope Charmosa” que o bebê pentelho se tornou. Sempre fazendo sucesso, deu-nos alguns sustos, que me fizeram perceber que ela era sim, deveras importante, e que eu defenderia sua vida como ou mais faço com a minha.
Muitos namoricos e agitos depois, a mocinha encontra um mocinho parecido com ela no jeitinho leve de levar a vida, meio ao sabor do vento, e passou a agir estranhamente. Sua vida social foi mudando, seus planos também, amigos e agitos foram deixados de lado, e quando menos esperei, lá estava a garota: calma, tranqüila e devotada a uma única pessoa: seu namorado.
Este depois ganhou o título de noivo, e a vida seguiu. Muita coisa aconteceu, e embora ela ainda pareça o mesmo bebê gorducho de sempre, a mocinha hoje está de casamento marcado.
Meu bebê, aquela que é minha cópia aloirada, a quem eu tanto quis ensinar e defender estará em breve se tornando uma “senhora”.
Irmãzinha, quando foi que você se tornou adulta o suficiente pra assumir tal compromisso? De onde tirou tantas certezas nessa vida? Onde eu estava que não vi a vida correr desse jeito?
Ontem a vi reclamando que o noivo é um “pidão”, que para tudo quer sua ajuda, e ri secretamente. Você não sabe o que está por vir. Um casamento faz com que os pedidos tripliquem de tamanho, a todas as horas. Mas tem suas compensações minha linda, você verá!
Quanto a mim, espero ter pela vida afora milhões de outros motivos para sentar e escrever sobre sua vida cor-de-rosa, suas vontades e manias, e principalmente sobre a nova família que irá começar !!

3 comentários:

  1. Ah! Que bacana! Que lindeza as duas!! Que bonito ser amiga assim da irmã, acho isso lindo, sério! O que mais tem por aí é família brigando por bobagem...

    Parabéns, gatonas! beijos!

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  2. puxa amei seu post,cheguei me emocionar, minha linda filha luana nasceu neste dia 13/05 sò que dez anos atras dia abençoado este

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