sexta-feira, 13 de junho de 2008

Tempos de Futilidade

Vivemos em tempos de futilidade. Onde o supérfluo, o raso, e o vazio imperam. Conversas sem conteúdo, apenas para massagear egos inflados pela vaidade, pessoas que agem como se seu semelhante não existisse, e só elas fossem importantes. Que acreditam que a marca de sua bebida é sinal de classe, sem perceber que cara ou barata, tanto faz, o resultado será uma dor de cabeça latente no dia seguinte, e que o melhor da festa, o instante mágico foi perdido no meio da bebedeira.
Vejo um senhor de meia idade e o elejo “troféu futilidade 2007”. Como se precisasse provar que é um ser pensante, prefere discutir o tamanho do arquivo da foto digital, a viver bons momentos que mereçam ser fotografados. Lamentável perder um tempo que não mais voltará.
Paro pra pensar no que será da humanidade nestes dias de ilusão total, e perdida no meio de minha frustração, começo a lembrar de pessoas que não se comportaram assim, de forma tão frívola, e que de alguma forma ficaram guardadas em minha memória.
Por menor que seja o gesto, sinalizar bondade aquece o coração do próximo. Seja a gentileza do caixa do restaurante, que dá boas vindas em nome daquela cidadezinha perdida no mapa, seja do enfermeiro que oferece ajuda quando você está atordoada demais pra pensar em qualquer coisa, do senhor solícito daquela pousada que oferece a sobremesa que acabou de ser servida, seja da nova colega de trabalho que lhe inspira uma empatia boa, que há tempos você não sentia, e se mostra mais amiga e fiel do que tantas outras “amigas” que passaram por sua vida. Pessoas que não tinham a menor obrigação de lhe sorrir, lhe ser gentil, mas que o fizeram porque simplesmente são boas e sabem que daqui, desse mundinho perverso, nada levamos. Então, pra quê pensar só em construir impérios, ostentar riquezas, aparências, se nada disso será pra sempre? “Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” (Evang. Lucas 12: 20). Na ânsia de uma busca de algo que nem mesmo sabem o que é, essas pessoas, mestres da futilidade vão cada vez mais se afastando do que seria o projeto de vida ideal. Amar, ser amado, respeitar, ajudar, temer a Deus, adora-lo, para que possam ter uma vida longínqua e feliz. Será que as pessoas de coração mais puro estão perdendo muito serem boas? Particularmente, acho que não...
(Este texto é uma reedição do post que inaugurou o antigo blog, lá no terra)

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